14 dezembro 2011

Slasherhouse #1 - O Massacre da Serra Elétrica (1974)



Freddy Krueger, Jason, Michael Myers, Pinhead e Leatherface são verdadeiras estrelas do cinema fantástico, impossível que o leitor não conheça pelo menos alguns dos nomes citados. Tais personagens são tão icônicos que levaram milhões de pessoas ao cinema para assistir a dezenas de filmes muitas vezes de qualidade duvidosa. Mas o que há de tão especial nas grandes franquias do cinema de horror que às fizeram se destacar de outros milhares de filmes lançados todos os anos?
Começa hoje uma nova coluna aqui no “A terça parte do cinema” que tem como objetivo discutir as maiores franquias da história do cinema de terror. Espero que os textos sejam úteis para os que não são iniciados no gênero, e que tenha um ar nostálgico para aqueles que cresceram vendo tais produções. O nome “Slasherhouse” é contribuição do amigo Felipe Pucinelli, que é também o responsável pela imagem que ilustra o post.

Como o leitor mais astuto já deve ter notado a primeira franquia a ser dissecada será “O massacre da serra elétrica” que começou em 1974 com o clássico homônimo de Tobe Hooper. O massacre da Serra elétrica é o primeiro filme de Hooper a ser lançado no cinema.

O filme começa com um letreiro explicando que a partir de agora o expectador acompanhará a reprodução de uma terrível tragédia real que acometeu cinco jovens que viajavam pelo Texas em agosto de 1973. Na verdade a história foi levemente, mas bem levemente mesmo inspirada em Ed Gein, o famoso serial Killer norte americano que também inspirou filmes como “Psicose” e “O silencio dos inocentes”. Apesar de destorcer a realidade, o texto inicial narrado pela voz sinistra de John Larroquette ajuda a criar um clima de suspense.

Após o letreiro explicativo, têm inicio aquela que é uma das sequencias de abertura mais famosas da história dos filmes de terror. Esta é uma das melhores cenas do filme em minha opinião, e merece mais que um parágrafo neste texto.



Os tais jovens citados no letreiro inicial são os irmãos Sally e Frank e seus amigos Jerry, Kirk e Pam. Eles estão indo até a casa de campo de Sally e Frank. No caminho têm a péssima idéia de dar carona a um homem que está próximo a um matadouro de bovinos.
O caroneiro, em meio a seus tiques e problemas de fala, corta a própria a mão e o braço de Frank, quando esse se recusa a comprar uma foto que o homem havia tirado. O lunático é expulso da van e suja a lataria do veiculo com o próprio sangue, deixando os jovens muito assustados.
Finalmente o grupo chega à tal casa abandonada. Os jovens se separam em casais deixando Frank sozinho, um casal vai fazer sexo dentro da casa, o outro vai dar uma volta pela região. Kirk e Pan são atraídos até uma casa pelo barulho de um motor enquanto andam pelas redondezas. Kirk curioso resolve entrar na casa e é abatido com uma marretada por um corpulento homem com uma mascara de pele humana no rosto. A partir de agora, um a um, os jovens serão perseguidos por Leatherface e sua família de canibais, não há em quem confiar ou a quem pedir ajuda, os jovens terão que literalmente correr para escapar do destino que parece inevitável.
O praticamente estreante Tobe Hooper definitivamente acertou a mão aqui. O clima é desconfortável do começo ao fim, e o diretor não precisa mostrar cenas sangrentas e trabalhar com o gore para criar este clima. O roteiro é rápido e pouquíssimo tempo se passa sem que nada aconteça. A sugestão é tão bem trabalhada durante toda a produção que a maioria das pessoas recorda deste filme como um festival de “sangue e tripas”.


A fotografia é escura e nada sofisticada, o que apenas ajuda a criar o clima aterrorizante, mas pode incomodar um pouco nas cenas noturnas, onde pouco ou nada se enxerga. O cenário é sensacional, o árido deserto texano apenas aumenta a sensação de sufoco e desconforto no espectador, o que novamente se perde nas cenas noturnas. Este é um dos poucos filmes onde os takes diurnos parecem mais assustadores que os noturnos.
Os vilões são o toque final da produção. Leatherface e sua família são algumas das figuras mais aterrorizantes já vistas em um filme de terror. Provavelmente nem mesmo Kim Henkel e Tobe Hooper esperassem que o assassino com a mascara de couro virasse um dos maiores vilões da história do cinema quando o criaram, mas assim se fez.
83 mil dólares, atores amadores, fotografia documental e uma mascara de couro foram os ingredientes que criaram um clássico que viraria uma franquia em 1986 com o “O massacre da serra elétrica 2” dirigido pelo próprio Hooper. Este filme novamente trazia dor e sofrimento, não às vitimas de leatherface, mas sim aos fãs do filme original, mas isso é assunto para a próxima postagem.

Titulo Original: The Texas Chain Saw Massacre
Ano de lançamento: 1974
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: Tobe Hooper, Kim Henkel
Produção: Vortex
Avaliação: 7/10

Luiz Gustavo Kiesow

2 comentários:

Monochrome disse...

Nossa, fiquei impressionada com a organização do blog.Adorei mesmo. Bem prático achar diretores, filmes e tudo mais.
Obrigada por se darem o trabalho de fazer um um site tão bem feito (e bonito)

Franz N. disse...

esse filme é sensacional, baixe e gostei muito, era um clássico de terror que não tinha visto na adolescencia, não sei como rsrs. ótimo texto tbm.

eu já acompanho o blog a um bom tempo, e sempre passo pros conferes, um abraço.

Franz N.

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