07 março 2011

Cine Trash #3: Basket Case


Um filme de baixo orçamento original e divertido. Um ícone dos anos 80!


Quando terminei de assistir Basket Case fiquei um pouco confuso. Fiquei com a sensação de não ter gostado do filme, mas então por que não consegui desgrudar o olho da tela durante toda a produção? E por que fiquei com aquela sensação de “quero mais” ao final da película? Cheguei a conclusão que a única maneira de resolver meu impasse era assistir ao filme novamente.

Na segunda vez que assisti Basket Case, fiquei ainda mais cativado com a atuação carismática de Kevin Van Hentenryck, interpretando o misterioso jovem que veio do interior carregando uma cesta a tira colo e se hospedou em um hotel barato no centro de Nova York, despertando a curiosidade dos moradores. E com a exageradíssima performance de Terri Susan Smith, como a bonitinha secretária de um médico que acabaria por se tornar o par romântico do personagem principal.

Não pude deixar de me divertir com a feiosa Beverly Bonner, interpretando a prostituta Casey, nem com o resto do descompromissado elenco, que pareciam se divertir tanto quanto o humilde espectador que os apreciava. Mas o que faz o filme ficar cada vez melhor toda vez que o assisto (e já foram 3 vezes), é a paixão explicita que o diretor Frank Henenlotter atira na tela a cada frame de Basket Case.

O filme começa em uma pequena cidade do interior norte americano, onde o Médico Julios Lifflander é encurralado em sua casa por uma criatura que, inteligentemente, não é mostrada durante toda a cena. O médico tranca todas as portas e janelas e se arma com um revolver de pequeno calibre. Para o azar do doutor, a criatura corta a energia elétrica da residência, o doutor desesperado descarrega sua arma atirando “em nada”. A cena termina com um close no rosto de Lifflander sendo desfigurado pela monstruosa mão da misteriosa criatura.
O filme corta para o protagonista Duane Bradley (Kevin Van Hentenryck) chegando ao frenético centro Nova-iorquino. Em meio a propostas de drogas e prostitutas, o jovem encontra o pequeno Hotel Broslin. Todos no hotel ficam intrigados com o misterioso jovem que carrega um grosso maço de notas de alto valor, dinheiro esse que era o próprio orçamento do filme.

Duane chama ainda mais atenção por carregar um grande cesto a tira colo, quando questionado pelo gerente do hotel sobre o conteúdo do cesto, Duane diz se tratar de um cesto de roupas. Ao chegar ao seu quarto, Duane começa a conversar com a criatura escondida no interior do cesto, e logo em seguida, alimenta a tal criatura, revelando ao espectador que ha algo mais que roupas no interior do cesto.

A situação fica ainda mais misteriosa quando no meio da madrugada, Duane parece incomodado, pois a tal criatura “não para de falar” e não o deixa dormir. Mas a criatura não parece emitir nenhum som, levando o espectador a se perguntar se esta consegue se comunicar apenas com Duane, ou se o protagonista é algum tipo de louco esquizofrênico.

Na manhã seguinte, Duane sempre com o enorme cesto a tira colo, vai até o consultório do doutor Harold Needleman (Lloyd Pace), e na sala de espera conhece a recepcionista Sharon (Susan Smith), que ajuda o jovem a conseguir uma consulta sem hora marcada. No consultório do porcalhão doutor Needleman, Duane diz sentir dores no peito, e quando o doutor o manda tirar a camisa, o rapaz revela possuir uma enorme cicatriz no lado direito do tronco.
Na saída do consultório, Sharon se oferece para mostrar a cidade a Duane, este parece receoso em marcar um encontro próximo ao cesto, mas após se afastar um pouco do cesto pede o endereço de Sharon cochichando. Dr Needleman, muito abalado, entra em contato com uma sua velha conhecida doutora Judith Kutter (Diana Browne), falando do rapaz com a enorme cicatriz que esteve em seu consultório, mas Judith manda o parar de importuná-la.

Duane volta ao consultório do doutor após a saída de Sharon, ele solta a criatura que estava dentro de sua cesta do lado de fora do consultório, apesar de Sharon ter trancado a porta. Em uma cena em “primeira pessoa” vemos a mesma monstruosa mão que matou Lifflander no começo do filme tocando a maçaneta que dava acesso aos corredores do consultório de Needleman. O doutor ouve um estrondo e vai averiguar, descobrindo que a porta que dá acesso aos corredores fora derrubada.

Needleman corre para o interior de seu consultório e monta uma barricada na porta, mas o doutor não esperava que a criatura já estivesse dentro de seu consultório, e é nesta cena que somos apresentados ao monstrengo de borracha “Belial”, uma criatura difícil de descrever, mas que pode ser vista na imagem abaixo. O doutor é morto brutalmente pela criatura.
Conforme o filme avança, algumas conversas muito convenientes de Duane com Belial, e alguns Flashbacks ainda mais convenientes, revelam que Duane e Belial são irmãos siameses. Devido sua aparência monstruosa, Belial era visto apenas como uma deformidade em Duane, e nunca foi aceito pelo seu pai.

O pai dos irmãos Bradley (Richard Pierce), pediu para um grupo de médicos locais realizar uma cirurgia “por baixo dos panos”, para “livrar Duane de seu mal. Mesmo contra a vontade dos irmãos, os doutores Harol Needleman, Julios Lifflander e Judith Kutter, realizam a cirurgia de separação dos irmãos, acreditando que Belial teria morrido após a cirurgia.

Duane e Belial possuíam a capacidade de “falarem” por telepatia um com o outro, porém Duane perdeu essa capacidade após a cirurgia, se limitando apenas a escutar o irmão e tendo que se comunicar com o mesmo verbalmente. Assim, telepaticamente, Belial (que havia sido descartado em uma sacola de lixo!) chama Duane para resgatá-lo e ambos começam a traçar seu plano de vingança.
Procurando Criticas para o filme em sites especializados e fóruns, o que mais se vê são críticos se rasgando em elogios à produção, chegam ao ponto de dizer que os efeitos são ótimos e que o diretor Frank Henenlotter era um gênio que merecia ter tido chances de dirigir filmes maiores. Eu particularmente me pergunto o que esses “críticos” fumaram.

Analisando o filme profundamente, Basket case é horrível. A história é ridícula (apesar de original), o roteiro é fraco, os efeitos são toscos, e o elenco é um dos piores que eu já vi em toda a minha vida como cinéfilo. Mas o filme tem aquele “Q” de filme trash oitentista, e em Basket Case o “Q” tem que ser maiúsculo mesmo. O filme é extremamente divertido, e as exageradas atuações só contribuem para o clima de diversão. Mas considerar Henelotter um gênio é um tremendo exagero.

Quanto aos efeitos, o que há de tão maravilhoso no “bonecão de borracha” que representa Belial? Há também uma cena em que o “bonecão de borracha” dá lugar ao “bonecão de barro” para a execução de um “stop motion” horrível. Os efeitos não são “ótimos”, mesmo para a época, mas são simples e criativos e, de certa forma, cumprem o seu papel. No começo achei um erro o diretor mostrar o tosquíssimo Belial com tanta freqüência no filme, inclusive na já citada cena do stop motion. Mas agora percebo que a criatura rouba a cena toda vez que aparece e é metade da diversão do filme.
Adorei Kevin Van Hentenryck como protagonista, e Terri Susan Smith como seu par romântico. Não que ambos sejam bons atores, mas Kevin é muito carismático e Terri encanta com seu exagero. No mais, o elenco é recheado com as piores atuações imagináveis, o que em parte pode ser considerado culpa do diretor que não pareceu se importar com os erros mais primários de interpretação.
Apesar de todas as falhas, devo admitir que me tornei um fã de Basket Case. Tudo parece contribuir para a diversão. O diretor e o elenco parecem orgulhosos daquilo que fazem (por mais tosco que seja). Não é a toa que o filme é considerado por muitos “o rei do trash” e coleciona uma legião de fãs, desde os anos 80. O filme daria origem a duas continuações, “Basket Case 2” em 1990 e “Basket Case 3 – The Progeny” em 1992.
















Titulo Original: Basket Case
Ano de Lançamento: 1982
Direção: Frank Henenlotter
Roteiro: Frank Henenlotter
Produção: Basket Case Productions

Luiz Gustavo Kiesow

5 comentários:

Luiz Santiago (Plano Crítico) disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Os screenshots e o texto são ótimo. Velho, não sei você, mas eu sou tomado por uma crise de riso toda vez que leio sobre ou vejo um BOM filme trash. É foda, mas é verdade.

Esse eu não conhecia, e claro, já estou baixando. Por falar nisso, revi "Killer Klowns" hoje, e, velho... PQP, esse filme fica melhor a cada vez que vejo. Aproveitando que voltei mais cedo do Carnaval e está chovendo demais pra sair de casa, estou escrevendo sobre ele. Quando postar, te dou um toque por aqui, ok?

Fiquei feliz em saber que tem animação em stop motion. Eu estudei esse tipo de animação com meu pai, que é fotógrafo e fazia algumas bem amadoras, com nossos brinquedos e fotos. Uma graça. Daí, o CBB aqui de sampa me convidou para dar um curso de Cinema de Animação. O curso deu o que falar e me chamaram de novo pra falar só sobre stop motion. Aí já viu, paixão e trabalho, não tem pra ninguém. Estão estou numa fase estou motion, revendo e descobrindo coisas.

Valeu brother!

Abração

Adan disse...

Amo demais esse filme. Duane e Bilau já faz parte da minha historia de cinéfilo. Os outros filmes são uma ótima diversão. Depois de Basket Case, não vejo os filmes da mesma forma.

ProntoPronto disse...

TENHO A SENÇAÃO DE JÁ TÊ-LO VISTO

Anônimo disse...

Queridos;
onde estão os links para baixar?

Cássia disse...

Anônimo, os links estão aqui. http://atercapartedocinema.blogspot.com/2011/03/download-basket-case-1957.html
:D

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