
Nos próximos parágrafos a palavra “cult” se repetirá incansavelmente.
Olá, sou Luiz Gustavo e este é o meu primeiro post aqui no “A Terça Parte do Cinema”. Escreverei aqui artigos e críticas sobre filmes que julgo que devam ser conferidos por algum motivo. Este meu primeiro texto fugirá um pouco da linha dos demais. Começar com este artigo talvez não seja a forma mais inteligente ou até mesmo a forma mais adequada de “estrear” neste blog, pois o artigo pode ser considerado um pouco ofensivo com um público em especifico. Deixando as apresentações de lado vamos ao artigo propriamente dito.
Não existe nada mais irritante no universo cinematográfico que o modismo, e eu não estou falando dos filmes idolatrados por pré-adolescentes na atualidade, falo de um gênero de produção que é idolatrado por pessoas cultas (ou que se julgam cultas). Se a adoração é verdadeira não existe reclamação de minha parte, o problema é que existe um grande número de pessoas que mesmo não gostando, ou até mesmo desconhecendo determinado gênero faz questão de elogiá-lo e defendê-lo com unhas e dentes para poder se integrar ao meio “cult”.
É cult gostar de cinema oriental, é cult gostar de cinema argentino, está se tornando cult gostar de “filmes B” e, em todo o Brasil, é cult idolatrar Glauber Rocha.
De maneira nenhuma estou criticando esses gêneros, eu mesmo sou um amante de filmes B por exemplo, o que irrita é que se você fugir dessas tendências você será considerado um completo ignorante. Eu honestamente acredito que 50% dos fãs de Glauber Rocha pensam o mesmo que eu sobre esse diretor. Não entendo como se iniciou a beatificação deste cineasta. Para mim, ele foi o pior representante do “cinema verité” no Brasil e no mundo.
Como aqueles filmes confusos e caricatos poderiam agradar à um público tão vasto e exigente? Contorcia-me na cadeira quando ouvi em uma amostra de cinema, uma comparação entre a linguagem metafórica de Glauber Rocha em “Deus e o diabo na terra do sol” e a linguagem utilizada no excelente “outubro” de Sergei Eisenstein . Acho que os filmes do brasileiro são, tecnicamente e intelectualmente falando, muito ruins.
Mas minha opinião não é absoluta e talvez eu apenas não tenha inteligência o suficiente para admirar Glauber Rocha, mas como já disse anteriormente, acredito que muitas pessoas pensam como eu e apenas não admitem, temendo criticas negativas.
Glauber Rocha é apenas um exemplo genérico, existem muitas tendências no cinema atual, se essas tendências iram perdurar ou não só o tempo poderá responder.
As tendências do momento: Algumas coisas que estão virando moda na sétima arte.
Cinema oriental: Diferente dos roteiristas norte americanos, os roteiristas do velho continente não param de surgir com histórias inteligentes e intrigantes, o resultado é a crescente onda de “remakes” americanos de filmes orientais. Parece que o mercado de Hollywood acha que é mais fácil comprar os direitos e refilmar um filme do que simplesmente legenda-lo.
Filmes Trash: O “cinema B” sempre teve um número muito restrito de adoradores, mas por alguma razão cada vez mais se encontram pessoas que adoram procurar e assistir produções obscuras e de baixo orçamento. Trash vêm se tornando sinônimo de cult.
3D: Tendência que contagiou produtores no mundo inteiro algo parecido com que aconteceu com o efeito “Bullet time” após o lançamento de “Matrix”. Está se tornando obrigatório filmar em 3D, até mesmo filmes que não fariam nenhum sentido nesse formato. Espero de verdade que os produtores do mundo inteiro saibam usar esse interessante recurso com moderação.
Cinema argentino: Ainda não é, mas tenho certeza que vai se tornar uma febre entre os cults e pseudo cults brasileiros. O cinema argentino está anos luz a frente do cinema nacional, e com o Oscar, que muitos dizem ter sido injusto, entregue à “O segredo dos seus olhos” o cinema dos hermanos só tende ao desenvolvimento.
E assim termina meu primeiro texto (ou seria desabafo?) aqui neste blog, sendo um pouco prepotente, espero que meu texto ajude as pessoas a desenvolverem o senso crítico, e que não tenha desagradado a muitos.
Até o próximo.
P.S: Como li em um lugar uma vez: “Decorar meia dúzia de criticas cinematográficas não faz de você cult, faz de você um idiota”.